INTROSPECÇÃO
Posso ser a peça
Que você ilustrou
Porém o esboço
Que a tática revela
Pode ser o oposto
De tudo que sou
O inverso daquilo
Que o olho desvela
O defeito?
Pode está na tela, na tinta,
Na arte final presente...
Ou, como diz o poeta,
Na tua mente que mente
Pode, contudo,
Nem haver defeito
Mas uma visão resultante
Do ângulo que mostra o feito
Ou quem sabe, de repente,
O tom nem está no pincel
Mas na projeção da mente
Que como a nuvem do céu
Traça o que você sente.
Você pode:
Admirar, desprezar, diminuir...
Contudo, a você não cabe
Resolver me concluir
Pois sou arte interminável
Disposta a evoluir.
Cláudia Rosa