Realmente o inferno são os autos

Se ninguém presta pra mim, por que eu vou prestar?

Sei que eu poderia ter nascido sem perspectiva e miserável

Sei que eu poderia estar doente, louco, depressivo, a agonizar

Sei que eu poderia ser qualquer coisa debaixo deste céu

Sei que o mundo é um círculo de causa e efeito divino

O que se faz, se paga, e fazer o bem traz recompensa

Mas se só vejo imperfeição, como posso dominar meus instintos?

Como posso perdoar os inimigos, se até amar os amigos não me compensa?

Meus amigos e família me crucificam com pregos de ódio

Meus conhecidos escarnecem de mim me humilham, me pisam até o fim

Meus dias passam com rancor, tédio e ócio...

Não confio mais em ninguém, desconfio até de mim

Prefiro uma serpente que me respeita a uma santa que me condena

Me sinto rangendo os dentes na chama do inferno, de repente!

Audsandro do Nascimento Oliveira
Enviado por Audsandro do Nascimento Oliveira em 11/04/2019
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