O fim de um poeta
e ele queria
estar submerso em si
mas já não sabe
voltar à superfície
seu peito fraco
de todos os cigarros
deixados pela metade
queimados em sua sola
o reconforto
que não chega
espera por ele
na beira do cais
estão os dias mais longos
ou é a falta sentimental
que impede o passar
das horas?
sem espírito
em seu corpo
a ruína se dá
quase imperceptível
vazias e insignificantes
as palavras correm soltas
esperando para serem
gritadas
a boca não faz prece
não lê não crê
a mão pesada
nada tem a dizer
sem qualquer distúrbio
pertubação ou
virtude
o poeta se perdeu.