O fim de um poeta

e ele queria

estar submerso em si

mas já não sabe

voltar à superfície

seu peito fraco

de todos os cigarros

deixados pela metade

queimados em sua sola

o reconforto

que não chega

espera por ele

na beira do cais

estão os dias mais longos

ou é a falta sentimental

que impede o passar

das horas?

sem espírito

em seu corpo

a ruína se dá

quase imperceptível

vazias e insignificantes

as palavras correm soltas

esperando para serem

gritadas

a boca não faz prece

não lê não crê

a mão pesada

nada tem a dizer

sem qualquer distúrbio

pertubação ou

virtude

o poeta se perdeu.

Nicoly Diniz
Enviado por Nicoly Diniz em 02/07/2019
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