ESCONDE-ESCONDE

Hoje escondi de mim

A vontade louca de chorar

De me rasgar e apenas gritar

Em meus quatro cantos

Em quantos pedaços estou.

Hoje escondi do mundo

As mágoas tamanhas

Esbocei qualquer desenho pintado

E de tinta pintei no rosto um falhado sorriso.

Hoje escondi de todos

Os olhos lacrimejados

O inchaço no rosto

E ironizei “estou bem”!

Em um tamanho e escuro eco

Escondi cada chaga que tenho

E revivo-as em tantos momentos

Como um vinil de jazz riscado.

Escondi a ansiedade que me acompanha

E a indiferença que me rege

Ao lado da maldita esperança

Que já a tanto me abandona...

Então, me escondi e tão logo frisei:

“Puta merda... Me esqueci de lembrar onde estou!”

Diogo Acrizio
Enviado por Diogo Acrizio em 29/08/2019
Reeditado em 29/08/2019
Código do texto: T6731801
Classificação de conteúdo: seguro