ESCONDE-ESCONDE
Hoje escondi de mim
A vontade louca de chorar
De me rasgar e apenas gritar
Em meus quatro cantos
Em quantos pedaços estou.
Hoje escondi do mundo
As mágoas tamanhas
Esbocei qualquer desenho pintado
E de tinta pintei no rosto um falhado sorriso.
Hoje escondi de todos
Os olhos lacrimejados
O inchaço no rosto
E ironizei “estou bem”!
Em um tamanho e escuro eco
Escondi cada chaga que tenho
E revivo-as em tantos momentos
Como um vinil de jazz riscado.
Escondi a ansiedade que me acompanha
E a indiferença que me rege
Ao lado da maldita esperança
Que já a tanto me abandona...
Então, me escondi e tão logo frisei:
“Puta merda... Me esqueci de lembrar onde estou!”