Ária
Ah! As estrelas nessa sinfonia silenciosa
Lendo suas partituras indecifráveis
Não ouço seus sons, apenas leio seus movimentos sinfônicos
E eu, compartilho meu entendimento com quem eu quiser
Suas notas são oferecidas a todos
Bom ou mal, feliz ou triste
Não há separação nesse ato tão sublime
E eu, compartilho meu desejo com quem eu quiser
Arcos e bocais, tambores e harpas são uníssonos
Nesse acorde divino que em noite calma, brilham
Suas oitavas gritam em santa canção
E eu, conto meus segredos para quem eu quiser
Sob a abóboda celeste, quase dançam valsas lúdicas
Quem decifra meus pensamentos e movimentos mundanos?
Como se soubesse o que me vai no oculto saber
E eu, conto como em contos, minhas dores agora amainadas
Assim, em regente diálogo sereno e secreto
Afino minha cumplicidade em sorrisos e palavras
E nesse intervalo introspectivo de perceber um torpor delicioso
Um desejo comum de se buscar a tal da felicidade!