Casa de gelo

Dentre névoas de pensamentos,

Recordo-me dos velhos momentos,

Ora abraços e agradecimentos,

Ora súplicas e lamentos.

Minh'alma do corpo se ergue numa noite fria,

Sinto as pernas balançarem em agonia,

Com o calor do cobertor, uma harmonia,

Meu corpo adormece e a alma em melancolia.

Encontro-me no meu subconsciente,

Preso em uma casa de gelo de repente.

Tudo é frio, tão solitário e decadente,

Do lado de fora, uma estrela cadente.

Preso nesta casa, longe do caos,

Longe do céu e dos homens maus,

Longe das águas e das naus.

Fecho os olhos doloridos,

Encolho meus sentimentos abatidos,

Rimo como um poeta bebido,

Não uso termos polidos.

Recolho a paz, a alma e o sono,

Observo a escuridão saindo do quarto,

A luz da manhã cinzela um novo dia.