Do inferno pra fora

Sou eu este tal verde

O riacho cristalino

A vida que se conduz no mato.

Sou o canto dos pássaros

E o assobio do vento.

Sou vida exalante nesta imensidão sem fim.

Corro livre rumo ao nada, embalada por meu riso

Sem nada que me prenda, me sinto num doce paraíso.

Mas o que é isto?

De repente tudo em escuridão se fez

Meu mundo tornou-se monocromático

Ocasionando a tempestade que torna fundo meus olhos.

Parte de mim foi posta em chamas

Sufoco neste nevoeiro cor de pichê

Me afogo no alagar que se formou.

E daquela faísca lançada

Meu eu aos poucos foi tomado

Pelo alastrar da dor

Pelo pingar de cada gota de sangue.

Eis que o fogo já cessou

A enchente se desfez

E consigo foi levada

A vida que fluía no interior de meu peito.

Nem diferença mais faz

Se eu for jogada agora numa cova

Até que a decomposição interna, domine minha carne.

Pequenas ardentes faíscas, tornaram em cinzas o que era vida.

Mandy Freisob
Enviado por Mandy Freisob em 25/07/2020
Código do texto: T7016721
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