Somos obras do Deus-poeta

No raiar rutilante da alvorada

Perquirições prementes surgiam,

Abantesmas noturnos deliam

Lépidos pela abóbada azulada.

Suspeições filosóficas exprimem

A condição pungente da existência

E, naquele momento, fugiu a crença

Que às almas defessas arrimem.

Por que desenvolver a retidão

Se neste mundo impera a hipocrisia,

A substância do Cosmo é vazia,

E a humanidade cessa em podridão?

Este arrebatamento pessimista

Era a minha razão renhida em luta,

Como o navegador o qual perscruta

O proceloso mar além da vista!...

Contudo, o caos cedeu à beatitude...

E a calmaria cerúlea eu contemplava

E minha alma, ao infindo azul, voejava...

Passarinho liberto em altitude!...

Por amor o coração se inquieta...

Agora, tudo estava cristalino,

Obras de arte, somos, do Ser divino,

A Natureza é obra do Deus-poeta.

Thiago Marques Poeta
Enviado por Thiago Marques Poeta em 28/07/2020
Reeditado em 28/07/2020
Código do texto: T7019359
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