As lágrimas da cidade, não chegam ao chão.

A cidade também chora

Pelo filho que seguiu com ingratidão

O pão repartido rola pelo chão

Quem ousará olhar para o céu

E ser atropelado pela multidão

Com seus trabalhos

Com seus atrasos

Colocando seus planos em ação

Ou bolando uma ideologia sobre o amor

A cidade também tem cores próprias

Exportadas com muito furor

Os ancestrais do asfalto

Foram os que muito colonizou

A cidade também olha-te nos olhos

Através do espelho dos bancos

Respire agora

Na sombra da sua classe ou da sua religião

Ela também muito fala

Preste atenção

Nos freios, nas teclas, nas moedas jogadas

Para quem vive no chão

A caridade rola solta

Tantas coisas em promoção

A cidade também tem coração

Ele tem formato de um cifrão

Adriane Neves
Enviado por Adriane Neves em 17/08/2020
Reeditado em 17/08/2020
Código do texto: T7038112
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