Desejos

Cala-te agora.

Deixa-me ouvir a tua respiração;

Deixa-me saciar o poder das tuas mãos sobre o meu corpo;

Invada-me!

Deixa que a chuva caia macia nesta noite que nos resta;

Deixa a poesia dissolver-se onde não podemos retornar

Deixa cair a minha última peça de roupa.

E invada-me...

Seus olhos murmuram versos de paixão

Em que novo milênio estaremos ao despertar?

Sou escrava das tuas promessas.

Novamente rendida a esta doce intoxicação

Sucumbindo aos sonhos recentes e aquela velha frase de amor

Seu corpo consome a minha inocência

Faça-me insana.

Deixa-me beber do teu vinho

Maldito cálice da morte!

Ressoa um violino...

Será esta a canção do sono eterno?

Leve-me as mais belas flores pela manhã.

Gabriela Malheiros
Enviado por Gabriela Malheiros em 14/11/2005
Código do texto: T71458