Meu mundo

Quem seria eu?

A realidade que maltrata meus tristes dias, ou os delírios que vagueiam nas andanças por dentro de mim?

O coração mesmo petrificado pelo tempo, ainda tece versos como alento

para tal sofrimento que persegue os sonhos infantis.

Quando o mundo lá fora se torna insuportável, pego todas minhas palavras soltas, indizíveis, revoltas...e mergulho ao meu profundo abismo, meu caos confortável.

porque nele eu dito as regras, já tentei por vezes

vence-lo e cansada cedo meu espaço amigável,  e assim caminhamos pelo meu espaço infinito, apesar dos meus gritos mudos, crio risos, crio histórias onde sonhos são possíveis.

Onde os desejos são genuínos, sem máscaras,  sem pudores, e eu me afundo no meu mundo, pois nele, eu sou mais eu.

Atrevo-me, escrevo, desnudo-me de aparências forjadas, e saboreio em pequenos goles, minha pura essência renegada que sempre habitou em mim.

Abro mão de rótulos...

Abro mãos de fachadas...

Abro mão das maquiagens pesadas.

Sou alma nua e crua, em meu universo, dispenso as armaduras pesadas

que aqui fora nesse mundo de beleza aparente, sou obrigada usar como amarras.

Meu mundo criado, é meu paraíso perdido mesmo sob o caos presumido.

Envolta do meu silêncio gritante, estou mais perto de mim, vivo dias e noites em agonia, nesse mundo que a todo momento tenta calar minha voz.

Sou imensidão de palavras, sou versos soltos que emergem ferozes, mesmo quando minha voz se cala.

Tudo aquilo que permeia a retina dos olhares alheios, nasceu aqui dentro, de um mero devaneio.