Espaço

Quem dera conter-me trancafiada nas margens do meu corpo

Sem deixar

Espaços

Reflexos

Possibilidades de se identificarem

Que meus olhos não fossem tão falantes

E minha voz

Conseguisse ao menos conter o tremor ou o partilhasse para outra parte do corpo

Longe do que podem perceber

Mas tudo fica na margem

À mercê da empatia

À mercê

Do que me faz mercadoria

Quem sabe nestas

Coisas abandonadas

No caminho

Entre os cadernos e gargantas

Mente e coração

Algo sirva de distração

Adriane Neves
Enviado por Adriane Neves em 23/02/2021
Código do texto: T7191615
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