Com as Próprias Pernas

Se eu penso que ser obsceno e otimista

É saudável pra mim

Falar o que sinto de maneira abrasiva

Pode ser estranho

Mas eu sou assim

Se eu xingo ao bater o dedão do meu pé

Não acho que estou desabando

Na verdade o que eu quero é saber como é

Ser calmo sem estar me contrariando

Eu não aprendi a ser forte demais

Nem sou candidato ao fracasso

Sou mais que um amigo se em mim confiar

Mas tente entender os meus passos

E vais saber que o que faço aqui

Não é inventar um caminho

Não vim pra mostrar

Mas se queres ver

É assim que se anda sozinho

Com as próprias pernas

A minha vontade

De expandir horizontes

Pra além do que há

Contrasta com a pouca verdade

Que encontro em quem está a me rondar

Se eu solto os cachorros em quem me faz mal

Não acho que estou infringindo

É só uma questão de saber respeitar

O que eu estou me pedindo

Não posso impedir o mundo de girar

Nem forçá-lo a andar num sentido

Mas não há mudanças sem revolucionar

O atraso vem quando tudo é proibido

Ainda queres saber o que faço aqui?

Não estou inventando um caminho

Out./2006