Um minuto sem existir
Sento-me à varanda
Olhar fixo no horizonte
O ocaso me encanta
Fresca brisa me recebe
meus olhos, um monte alcança
o 'Eu' de mim se esquece
Um beijo frio me dá prazer
tão fácil acontecer
meu coração pulsa presente
Um último vôo me distrai
Diante da magia aparente
nenhum músculo se retrai
A loucura me exporta
sou tudo e sou nada
a paz, preenche e exorta
a luz na menina ofuscada
um grito surdo alimenta o sonho
ao medo, não enfrento nem me oponho
Sem sentir a solidão
Me transbordo de prazer
Por ser criatura única
Temendo o iminente fim saber
meu corpo reclama em súplica
Ao fim que me faz sofrer
Despertar com o frio aos pés.