Estrangeirismo

O patriota supostamente ama seu país

Por que algo aparentemente bom na raiz

Sempre gera opiniões tão ruins?

 

Essa definição, hoje é idiota

Nem patriota, nem antipatriota

Parece amar a cultura do Brasil

 

O estrangeiro é idolatrado

E o nacional rejeitado

No cinema, literatura e tradições

 

Absorvemos a cultura alheia sem moderação

Por “intercâmbio cultural” ou “globalização”

E abrimos mão da nossa própria

 

A vítima da vez é o português, que horror!

Das línguas indígenas, o carrasco opressor

E agora, vejam só, é o oprimido. Coitado!

 

O inglês é a nova língua desse Brasil pop

Dizemos feedback, plot twist, workshop

E esquecemos de retorno, reviravolta e oficina

 

Portugal preocupa-se com essa esquisitice

Não há mouse, site ou home office

Somente rato, sítio e teletrabalho

 

Suassuna era vanguardista, consultou um oráculo?

“Eu não dou aula-show, e sim aula-espetáculo.”

O quão grande seria sua tristeza hoje?

 

Só na Islândia, o islandês é falado

Poucos habitantes, idioma ameaçado

Mas é um povo lutador, um exemplo para nós

 

O islandês e as línguas indígenas sobreviverão?

Não sei, há pressa em agir na preservação

Mas para o português, ainda há esperança

 

Essa causa não quer likes, e sim curtidas

Nada de subir hashtags, e sim cerquilhas

Viva o português, fora o estrangeirismo!