A outra face

Pés de lã ,

Seio em avelã ,

Aroma de hortelã

Num corpo de maçã ...

È a cidadã

Que incorpora a manhã .

Fosse a manhã eterna

E sempre seria terna ...

Muda de face o sol ;

Sente o picar do anzol

No peixe que acaba por escapar ...

Sua testa franzida

Ainda serena ,

Tenta-se desculpar :

- “Já é tarde para pescar !”

Não é sempre manhã ,

Outras faces também as há ...

Ela tem que perceber ,

Essa cidadã de quem sou fã ,

Que não deve esconder

O espelho do seu sentir ;

Aprenda sim a perceber

A vantagem de persistir .

artescrita
Enviado por artescrita em 28/11/2005
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