O imortal
Que ironia é aquela
Dos que não vivem para viver
Dos que não terminam de pintar a sua tela
Dos que se deixam morrer
Muita raia miúda pesca o fado
Não lhe cabe nas redes o peixe grande
Camilo saboreou desse mau trato
Não permitirei que essa porta me feche!
Nunca usei pena, nem na escrits nem no pensamento,
Pois se for desta pra melhor
Que o meu nome n voe com o vento
A riqueza nao me atrai
O bem material não me sustenta
Sonho um dia ser lembrado como Eça,
E como grande poeta!
Sei que Quental me aplaude
Mesmo sobre luz esportula
Quando vai o povo entender
Que o papel é uma supérflua rótula?!