TRANSFORMAÇÃO
Transformação
Há uma brisa entrando pela janela e anunciando os últimos dias de um quente verão
Há um vento fraco trazendo a novidade do outono e das folhas que começam a cair
Há um resto de festa deitado sobre confetes, serpentinas e brilhos de estrelas escondidas entre nuvens
Há uma esperança que se renova.
Há uma paz, trazida por essa brisa, que deita em meus olhos e os faz se fecharem em lembranças do amor que era sonho
Há o fim de uma noite e a novidade de uma alvorada que chega sorrateira
Há o despertar das águas violentas que se prometem surgir de um repente
Um repente de nuvem negra que cobre a tarde de escuro
Inunda o pasto, o asfalto, o profundo e a
superfície.
E surge a aurora do dia seguinte
Com suas gotas penduradas em folhas presas por um fio de poder
Múltiplos tons de verde,
Brilhos benditos e a riqueza de diamantes suspensos no ar.
Sim, há aquela esperança que se dizia tardia
Há o alimento que se nutre do raio de sol mais brando
O rio de águas frias e claras
A fonte que mata a sede dos bichos
O rio que desemboca onde desejar
Caminha em um derramar lento
Ondas minúsculas e pássaros a acompanhar.
Há um amanhecer novo
Um jeito de passos lentos
Um resto de noite intensa
Uma preguiça que envolve o ar
É fim de festa
O chamado da nova estação
Que sempre se eleva, e em tempo algum para
Que corre e anda, caminha, dispara
Atravessa a chegada
Nunca cessa
Jamais descansa.