TRANSFORMAÇÃO

Transformação

Há uma brisa entrando pela janela e anunciando os últimos dias de um quente verão

Há um vento fraco trazendo a novidade do outono e das folhas que começam a cair

Há um resto de festa deitado sobre confetes, serpentinas e brilhos de estrelas escondidas entre nuvens

Há uma esperança que se renova.

Há uma paz, trazida por essa brisa, que deita em meus olhos e os faz se fecharem em lembranças do amor que era sonho

Há o fim de uma noite e a novidade de uma alvorada que chega sorrateira

Há o despertar das águas violentas que se prometem surgir de um repente

Um repente de nuvem negra que cobre a tarde de escuro

Inunda o pasto, o asfalto, o profundo e a

superfície.

E surge a aurora do dia seguinte

Com suas gotas penduradas em folhas presas por um fio de poder

Múltiplos tons de verde,

Brilhos benditos e a riqueza de diamantes suspensos no ar.

Sim, há aquela esperança que se dizia tardia

Há o alimento que se nutre do raio de sol mais brando

O rio de águas frias e claras

A fonte que mata a sede dos bichos

O rio que desemboca onde desejar

Caminha em um derramar lento

Ondas minúsculas e pássaros a acompanhar.

Há um amanhecer novo

Um jeito de passos lentos

Um resto de noite intensa

Uma preguiça que envolve o ar

É fim de festa

O chamado da nova estação

Que sempre se eleva, e em tempo algum para

Que corre e anda, caminha, dispara

Atravessa a chegada

Nunca cessa

Jamais descansa.

Cristina Lebre
Enviado por Cristina Lebre em 08/03/2025
Código do texto: T8280612
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