Quando a Realidade Pesa, a Imaginação Voa
Nas dobras do meu ser, onde a busca por sentido se enrosca em nós de incerteza, encontrei um vazio que, paradoxalmente, se revela pleno. Uma plenitude que não se encontra na resposta, mas na pergunta, no abismo onde a alma se espelha em si mesma.
A vida, por vezes, se apresenta como um palco deserto, onde a única luz é a da nossa própria imaginação. E, como Clarice Lispector nos ensinou, "Então estou livre, só me resta inventar." Inventar um cenário, uma história, um motivo para seguir em frente.
A realidade, com suas arestas e sombras, pode ser um fardo pesado demais para carregar. E, nesse momento, a fantasia se torna um refúgio, um jardim secreto onde podemos cultivar a esperança. Negar a realidade, não como fuga, mas como um ato de rebeldia criativa, é como pintar um novo horizonte sobre a tela da existência.
A mente, essa tecelã de sonhos e pesadelos, pode ser nossa maior aliada ou nossa pior inimiga. Seus labirintos, outrora povoados por monstros da ansiedade, podem se transformar em avenidas floridas, onde a alegria floresce em cada passo.
A invenção, portanto, não é apenas um escape, mas uma ferramenta de transformação. Ao moldar a realidade com a argila da nossa imaginação, podemos criar um mundo onde a felicidade não é um horizonte distante, mas um jardim que cultivamos dentro de nós mesmos.
E, assim, seguimos em frente, com a certeza de que a vida, mesmo em sua aparente falta de sentido, é um livro em branco, esperando para ser preenchido com as cores da nossa própria invenção.
Todas as vezes que tentei buscar um sentido para minha vida, um motivo para estar viva, eu nunca cheguei a um bom lugar. Mas, talvez, a busca não seja solitária. Talvez, a plenitude não seja um destino, mas uma jornada compartilhada.
E se você também procura um sentido, se sente o peso do vazio e a chama da invenção ardendo em seu peito, convido você a voar comigo. Juntos, podemos desbravar os céus da nossa imaginação, colorir os horizontes da nossa existência e encontrar, não um sentido predefinido, mas a liberdade de criar o nosso próprio voo.
Pois, como dragões de asas inquietas, somos livres para traçar rotas inéditas, para cruzar montanhas, para dançar com as nuvens e para pousar em terras desconhecidas. E, quem sabe, em meio a essa jornada, encontraremos a plenitude que tanto buscamos, não em um lugar distante, mas no calor da nossa companhia e na beleza da nossa invenção.
E, novamente, minha imaginação me levou até você. Seria isso uma dedicatória? Talvez.
Ou talvez seja apenas a forma como meus dragões escolheram voar.
E.