******* A Canção do Frio.

O vento dança sobre a relva,

Sussurra histórias ao entardecer,

O céu se veste em tons de cinza,

O frio começa a renascer.

As folhas caem, num rodopio,

Como um adeus que se desfaz,

O outono pinta a paisagem nua,

E a névoa cobre os matagais.

As mãos procuram um abrigo,

O chá fumega sobre a mesa,

A lareira acende um lume antigo,

Trazendo à alma a sua beleza.

Os pássaros seguem novos rumos,

Fogem do frio que vem chegando,

Mas há um charme nos dias turvos,

Há um silêncio se aconchegando.

O rio corre, ainda que lento,

Vestido em brumas a serpentear,

O sol tímido, em seu alento,

Deita-se cedo sobre o mar.

E pelas ruas, passos ligeiros,

Sob casacos e sobre a neve,

A vida pulsa em tons primeiros,

Na dança fria que tudo escreve.

Os aquecedores sussurram brando,

Histórias feitas de vapor,

Enquanto a noite, aos poucos, tece

O seu mistério, o seu torpor.

O coração busca um abraço,

Um aconchego, um bem-querer,

Pois no inverno a vida ensina

Que o calor vem do viver.

Então que venha a estação dos ventos,

Das tardes frias, da geada leve,

Pois há beleza em seus momentos,

E há poesia em tudo o que escreve.

E quando abril trouxer seu manto,

E o frio for dono do chão,

Que haja calor nos nossos sonhos,

Que haja luz no coração!

Poeta - Mbra 🇧🇷

Direitos Autorais Reservados ✍️

D.a 9610/98

Brasil

Marco Aurélio Brasileiro
Enviado por Marco Aurélio Brasileiro em 20/03/2025
Código do texto: T8289858
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2025. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.