DESALMADO
Não sinto nada, acho que não tenho mais alma
será que a vendi? ou a troquei? quem sabe a perdi?
nas cavernas vazias do meu ser, ouço uma voz que me acalma
ela diz que estou no caminho certo, não há erro aqui ou ali
Foi isso o que me tornei? um desalmado?
não sinto vontade de cuidar, nem de amar, com isso estou liberto!
meu coração está fechado
cheio de enigmas, combinações infinitas, um cofre que não pode ser aberto
Eu acho que todos ao longo dos anos vão perdendo um pedaço da alma
esse mundo é um lugar feio, quase tudo que há nele corrói e destrói
quem sobrevive ao processo se torna assim, vazio e inerte, como uma agalma
tem suas vontades, tem seus desejos, contudo nada mais fascina, nada mais dói
Sinto que não tenho mais alma, estou leve e a alma é um fardo pesado!
é como um baú cheio de tralhas e traumas, quando isso seria algo bom de se carregar?
ela nos condena, sela o nosso destino, quem me dera de verdade ser um desalmado!
uma vez sem alma não teria com o que me preocupar, nem o que salvar