DESALMADO 

 

Não sinto nada, acho que não tenho mais alma 

será que a vendi? ou a troquei? quem sabe a perdi?

nas cavernas vazias do meu ser, ouço uma voz que me acalma 

ela diz que estou no caminho certo, não há erro aqui ou ali 

 

Foi isso o que me tornei? um desalmado?

não sinto vontade de cuidar, nem de amar, com isso estou liberto! 

meu coração está fechado 

cheio de enigmas, combinações infinitas, um cofre que não pode ser aberto 

 

Eu acho que todos ao longo dos anos vão perdendo um pedaço da alma 

esse mundo é um lugar feio, quase tudo que há nele corrói e destrói 

quem sobrevive ao processo se torna assim, vazio e inerte, como uma agalma 

tem suas vontades, tem seus desejos, contudo nada mais fascina, nada mais dói 

 

Sinto que não tenho mais alma, estou leve e a alma é um fardo pesado!

é como um baú cheio de tralhas e traumas, quando isso seria algo bom de se carregar?

ela nos condena, sela o nosso destino, quem me dera de verdade ser um desalmado! 

uma vez sem alma não teria com o que me preocupar, nem o que salvar

 

Eric Leite
Enviado por Eric Leite em 03/04/2025
Código do texto: T8301370
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