SAUDADES DE TUDO
Hoje acordei com saudades de tudo —
de quem eu fui,
de quem não mais escuto,
do tempo em que o silêncio era mudo
e até do presságio do fim do mundo.
Senti falta do cheiro das rosas distantes,
da brisa leve,
do sono errante.
"Te echo de menos", disse ao vento,
até pelo último cisco suspenso no tempo.
Há saudade no que nunca foi,
e no que um dia se perdeu.
Saudades da ausência que dói,
da memória que arde
e não esqueceu.