Elogio à ressurreição

O que bate no meu peito

não é só um coração de pedra

é uma rocha rígida e fria

que lucida minha razão.

Se escrevo poesias de amor

faço pois acredito que

com um pouco de calor

meu miocárdio se descongele.

A cada gota que toca o chão

sinto-me mais próximo da vida

como se tocassem tambores

dentro do meu peito,

a cada batida mais forte

sinto pulsar em minhas veias

o sangue sóbrio e salobre

que até então estava adormecido

começo a acreditar que estou vivo

ensaio enfim minha ressurreição

em passos curtos para a liberdade

caminho rumo a luz do sol

que faz meu corpo ferver

ressurgir do profundo seol

que me mantinha aprisionado

nada como uma brisa tocante

num rosto recém-nascido

posto de uma quase morte

posto de um corpo esquecido

agora ostentando a vida

pronto para morrer novamente...

Vifrett
Enviado por Vifrett em 25/02/2008
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