Sedução!

Seduzida por seduzir

Faço dessa palavra, a descrição de mim!

Algo inerente a minha vontade

Uma devoção, uma missão?

Não sei ao certa na verdade...

Só sei que sinto, e quero

Me fazer presente nas vidas de toda gente

Que eu puder alcançar com meus olhos, enfim...

No falar aos corações,

E me fazer parte daquela realidade

Criança, jovem, pessoa de idade...

Não importa, não escolhi assim,

Meu prazer é seduzir!

E quanto mais difícil o acesso ao ego alheio

Mas me provoca a vontade, o desejo...

Mas me atiça... Vaidade? Vai saber...

Sinto um prazer em conquistar abraços

Sorrisos, afetos,

Garantir meu espaço

Em corações tantos quantos me venham

A cruzar-me o olhar... Ego frágil o meu...

A recompensa de um displicente sorriso

Recompensa do ato? Fato

Amo seduzir!

Seduzida por seduzir...

Por colocar minha imagem

Num coração, numa retina

Tatuar na derme o meu calor, meu contato

Na expectativa, na ansiedade

Na vida de alguém...

Vaidade...

O princípio de toda a humanidade!

No meu caso motivado por que?

Nem sei ao certo... Talvez

Solidão, complexo de inferioridade

Sim e não, num todo da resposta que me dou

Mas não posso fugir desse estigma

Que me acompanha na vida

Amo seduzir, sou motiva por conquistar

Essa é minha cruel ou carinhosa vocação

Esta “estou” com ou sem minha vontade.

Amo me dividir entre sorrisos e abraços

Faço disso um laço, que prende e afaga

Carinhos... Não sei, não me veem

Nenhuma concreta resposta,

Mais sei que preciso da sensação de aprovação

De ter a pessoa, assim....

Seduzida por mim!

E quanto ao coração masculino

Seu destino está traçado

Quero o olhar, o desejo

O desassossego do coitado...

Quero seu sonhar, sua lembrança

Minha libido em seu pensamento,

Vampira enfim...

Quero-o preso, ao meu olhar

Nos laços de meu desejar,

Nos lábios de meu sorriso

Sentindo as suas seivas fluindo,

Correndo como um riacho feliz

A desaguar exatamente para mim...

Seduzido... Seduzir!

Pelo prazer de enroscar minha imagem

Nos corações e vontades

Maldade?

A minha alma se debate nesta minha insanidade

E a sereia lança o canto

E num beijo leva o meu objeto de sedução

Para além da imaginação...

E sofro entre o gozo e o pavor

De ser seduzida pelo seduzir!

Muito doloroso admitir...