Folhas de outono
Era uma bela manhã de outono
Folhas esparramadas pelo chão,
Nos meus olhos ainda com sono
Se refletiam as cores da estação.
Ali caídas pareciam no abandono
Amareladas em derradeira oração,
Entregando último suspiro ao dono
O Senhor perfeito de sua criação.
Fecha-se de seu viver o ciclo de ouro
Mas sua morte guarda um tesouro
Que na frágil pele ainda se encerra,
Ao desfazer-se em partes pequenas
Terá as suas lindas fibras serenas
Alimentando a vida de sua mãe terra.