Oceano!

Eu escrevo como os que assobiam no escuro...

Esquizofrênica que sou, não ouço as vozes

Sem o medo da descoberta, da presença física da crítica...

Eu não vejo... Agora só sinto!

E vago, como beirando um poço no âmago de mim

Observo os vultos no fundo...

Que quase se misturam com minha imagem

Refletida na superfície...

Assim me veem? Assim me vejo?

Mas nem sempre assim sou...

Eu ou a imagem... Não sei explica, nem discerni

Quando termina uma, e começa os outros

Tantos vultos que habitam meu ser...Esse oceano de mim

Só sei que amo o vasto mar, e nele mergulho

Com a mesma ânsia que olho o poço...

Mas o mar liberta minha alma

E apesar de minha fragilidade avanço no tempo

E me faço amor... Me possuindo, faço uma aliança comigo

Gero minhas polêmicas e verdades absolutas

Tão perigosas como as mentiras não ditas

Pois essas se refletem aflitas nos assovios meus noturnos...

Esse meu olhar perscrutador

Transporta na forma das linhas e nas cores da vida

O sentido de tudo que vejo, e sinto...

E o que escrevo, desenho e pinto

Não emergem de águas tranquilas

Surgem de minhas perplexidades enquanto humana

E escorre das fendas que que surgem na minha alma oprimida

Pelos espelhos da vida

Que teimo em querer me enxergar!

Neste diálogo insano de mim pra mim... Entre o oceano e o mar!

Observadora
Enviado por Observadora em 16/01/2016
Reeditado em 10/02/2016
Código do texto: T5513387
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