Carpe Diem
A vida é curta e por demais valiosa
Tratemos, pois, de gozá-la dia a dia
E que cada instante, cada hora seja preciosa
Para alimentarmos a necessária alegria.
Não percamos tempo com cotidianas futilidades
Como acharmo-nos a todos os outros superiores
Cuidemos também das nossas tolas vaidades
Pois elas, se nos alegram, podem trazer-nos dores.
Aproveitemos os prazeres que a vida nos oferece
Embora às vezes com afinco precisemos resistir
A alguma tentação que se nos aparece
Para não deixarmos a mágoa cruel nos atingir.
Amemos sem mesmo saber o motivo
Pois para amar não há lógicas razões
O que importa é estar vivo
E ter para contar tantas e tantas emoções.
Não nos preocupemos nada mesmo com o passado
Porque passadas águas não movem moinhos
Porém, atentemos às flores mortas no caminho pisado
Porque ainda podem ser lanças os seus espinhos.
Quanto ao porvir, ao inesperado futuro,
Não façamos dele razão única de nossa existência
Apesar de ser mister termos um porto seguro
É o presente o combustível de cada advinda experiência.
Desejemos tudo o que pudermos desejar
Pois tudo o que escrevemos na areia da vida
É apagado quando as ondas voltam para o mar
E se não desejamos, tornamos incurável a ferida.
Não nos apeguemos tanto ao materialismo
Nem achemo-nos assim tão importantes
A morte espera, impassível, a crença e o ceticismo
E cada ínfimo segundo jamais será como o de antes.
Sejamos, enfim, maternos, paternos e fraternos
Para que seja mais afável a nossa incerta sorte
E não nos assustemos de forma alguma com a morte
Pois se há uma coisa que nunca seremos é eternos.
Cícero – 01-12-09