Carpe Diem

A vida é curta e por demais valiosa

Tratemos, pois, de gozá-la dia a dia

E que cada instante, cada hora seja preciosa

Para alimentarmos a necessária alegria.

Não percamos tempo com cotidianas futilidades

Como acharmo-nos a todos os outros superiores

Cuidemos também das nossas tolas vaidades

Pois elas, se nos alegram, podem trazer-nos dores.

Aproveitemos os prazeres que a vida nos oferece

Embora às vezes com afinco precisemos resistir

A alguma tentação que se nos aparece

Para não deixarmos a mágoa cruel nos atingir.

Amemos sem mesmo saber o motivo

Pois para amar não há lógicas razões

O que importa é estar vivo

E ter para contar tantas e tantas emoções.

Não nos preocupemos nada mesmo com o passado

Porque passadas águas não movem moinhos

Porém, atentemos às flores mortas no caminho pisado

Porque ainda podem ser lanças os seus espinhos.

Quanto ao porvir, ao inesperado futuro,

Não façamos dele razão única de nossa existência

Apesar de ser mister termos um porto seguro

É o presente o combustível de cada advinda experiência.

Desejemos tudo o que pudermos desejar

Pois tudo o que escrevemos na areia da vida

É apagado quando as ondas voltam para o mar

E se não desejamos, tornamos incurável a ferida.

Não nos apeguemos tanto ao materialismo

Nem achemo-nos assim tão importantes

A morte espera, impassível, a crença e o ceticismo

E cada ínfimo segundo jamais será como o de antes.

Sejamos, enfim, maternos, paternos e fraternos

Para que seja mais afável a nossa incerta sorte

E não nos assustemos de forma alguma com a morte

Pois se há uma coisa que nunca seremos é eternos.

Cícero – 01-12-09

Cícero Carlos Lopes
Enviado por Cícero Carlos Lopes em 03/02/2017
Reeditado em 20/12/2017
Código do texto: T5901360
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