...

Mandei cartas ao amor sem remetente,

nunca esperei que voltasse.

Na realidade, para ser sincero,

não espero...

Não sou tão bonito por fora,

talvez um pouco menos por dentro...

Tudo encaixado de um estranho jeito...

Um lindo paraíso perdido,

passivo, obliquo,

compulsivo, esquisito,

escondido atrás de um sorriso.

Trazendo da infância,

uma velha filosofia;

"Esse guri não vai conseguir,

ele não tem iniciativa"...

Ironia?

Sem problemas, são só palavras

enraizadas na subconsciência...

Da alegria a melancolia.

Criador de estigmas.

Aderia a poesia.

Única coisa que realmente alivia...

...Devagar fui entendendo o teste,

A historia que se repete,

em um invertido espelho,

agora se reflete...

Então deixei tudo para trás,

não interessa mais, aliás

quem diria faria

do poema, uma terapia?

Amor, depressão,felicidade,

loucura, reflexão, dualidade,

escrevo que der vontade...

Pois já não cabe mais aqui dentro,

ocupa todo pensamento,

a todo e qualquer lugar,

a todo e qualquer momento...

Quando percebo, é quando

já fugiu ao controle do desejo,

vai mais longe do que deixo...

Escrever parecer ser o único jeito...

Para aliviar o aperto no peito...

Enxergar além daquilo que vejo...

Mas pouco entendo, até que esqueço

e tudo volta desde o começo...

Então insisto.

Não desisto.

Não vim aqui para isso...

Sincero no que digo, não minto...

Grato por tudo que tenho vivido...

Espantado com este insano desafio...

Decifrando, o porque eu existo...

Talisom Wagner
Enviado por Talisom Wagner em 29/11/2017
Reeditado em 28/07/2018
Código do texto: T6185002
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