Do tempo

o tempo e o volume da neve

absorvem as impurezas do rio.

vagararosas ondas

murmuram e passam.

quase mudo

o rio engole

a noite

ornada de estolas bordadas

com sementes e pássaros.

refletem os olhos

águas, sonhos

e pensamentos

enganos:

asas encharcadas

recolhem as flores

mortas pela fúria

dos homens

aos vermes o que importa

é despertar os sentidos

antes do sol

eles iludem e furtam

as pérolas guardadas.

Pedro Porta
Enviado por Pedro Porta em 23/01/2018
Reeditado em 24/01/2018
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