QUANTOS JOÃOS, MARIAS, JOSÉ, MARIELLES E ANDERSONS?

Adentro a poesia sobre os meus recônditos

Alimento minha fé e minha esperança em Deus,

Para que não desacredite

Na humanidade que sangra

Derramando vidas pelo caminho

Como se não houvesse amanhã...

Coloco versos sobre a lápide fria

De quem virou estatística.

Voo na saudade do tempo

Que o homem plantava flores

Para colher em vida

E oferece-las ao semelhante

E não numa coroa-de-flores sobre a sepultura...

Jaz aqueles que deixaram histórias

Construídas sobre o seu legado.

Que deixaram para trás seu rastro de paz

Para que a humanidade seguisse...

Joãos, Marias, José

E quantas Marielle e Anderson?

Quanta fé plantada a esmo

Sobre jardins ressequidos de solidão

Homens vazios de almas

Amores mendigados

Em peitos vazios de amor ao próximo...

Ah, Deus! Meu Deus.

Sei que estás triste

Assim como eu

E não permite esse holocausto

Dos filhos do teu amor.

Assim como sei, da tua justiça

Sobre as nossas escolhas

Mortais e frias de tantas injustiças

Que te desonra,

Posto que, nos ensinaste a amar

E desaprendemos em nossa ânsia vazia de poder

Apegando-nos ao ter e deixando para trás o ser...

Errantes guerreiro atroz

Semeando guerras

Matando inocentes

Voltando a terra como pó...

Num amontoado de escombros

Da nossa alma ímpia de Deus

Construímos arranha-céus

Para um poder efêmero,

Porque somos todos passageiros

Na mesma terra que nascemos,

Matamos e morremos sem Deus...

Faço uma prece

A todos os filhos teus

Perdoai-vos eles não sabem o que fazem...

Regilene Rodrigues Neves – em 19/08/2018