Vida, minha vida!

Mesmo de mal com a vida

Ainda penso na vida

Como uma coisa boa

Quero verter meus espaços

Com riso, esboço e contos

Beber da seiva mais rica

Até ficar tonto

Cambalear às esquinas

Com cara de desconhecido

Irradiar as cortinas

Com jeito de jovem arisco

Mesmo que ao findar do dia

Uma nuvem fria e desconfortante

Me deixe à beira dos amantes

Sei que vai passar a tempestade

E levar tudo

Não me leve a mal

Todo pessimista

É um ser ideal

De todo artista

Tonto e atriz

Traveste a vida

Em meretriz

Flutuando nas águas

Da distopia.