Mistérios e incógnitas

No peito deveras lisonjeado

pelo caminho que me coube

pulsa um coração de poeta

que já passou pela vida

e o ocaso é o próximo porto...

O horizonte que me espera é de saudade

e alguma felicidade ainda reverbera

insistindo em se estabelecer...

Os ventos que me levaram através de m(ares)

são uma saudade que a rosa dos ventos

me deixou dos mares tormentosos

e do azul do céu de brigadeiro...

A noite também me convida, nas madrugadas, a

a me fazer poeta e guerreiro

de fala e falo em riste

tentando ajustar a minha sombra de vida

ao horizonte que me acena...

Ao poeta não cabe inventar mundos novos

pois a poesia não se estabelece por quereres...

A poesia está na aura das coisas e aparece

nas combinações de palavras menos insuspeitas...

Aos versos dados cabe a maior beleza

e são pérolas que habitam fundo o poeta

fundando o belo nesse horizonte do rio...

E somente um mergulho de paz

pode criar o verso mais exigente

e lá permanecer a espera da nau

que não reverbera em qualquer maço de alecrim...