FELINDAMENTE

Ninguém vê,
Ninguém viu
O que o artista vê,
O que ele sentiu...

Nas estrelas no infinito céu
Quando o tempo já fechou

Nem sente o que ele sente
No meio dessa dispersa gente
Na fugaz e louca procissão
Cantarolando uma canção de amor

Nesse salão de música e poesia
O homem desenhou sem querer
Quando assentou com as mãos
Uma bela arte rupestre

E ele viu e sentiu
O que ninguém imaginou
Delirou significados
Inspirando-se em velhos mestres

Caó cantou solitariamente seu hino
E vendo os traços da fera na parede
                                     [nas pedras]
Imaginou a beleza pura do felino