Hoje Decidi

Hoje decidi errar novamente

Hoje decidi rimar, como sempre

Na verdade, eu não estava afim

Mas, a insônia me atrapalhou de dormir.

Talvez eu pise em cacos, como antes já pisei

Talvez eu mude de opinião no próximo sábado

Mas, até lá, é assim que eu serei.

Vou escrever algo pequeno,

Quase sem importância, passageiro

Não como um testamento, que exagero

Por onde devo começar? Estou indeciso.

Eu penso sempre em parar com isso

De escrever, para ser mais específico

Mas sempre vejo novos motivos,

Que me fazem estar aqui, escrevendo

A madrugada nem chegou e cá estou,

Murmurando palavras de momentos.

Adorar, eu adoro sorrir e fazer alguém feliz

Mas, odeio me sentir incapaz de não conseguir

De permitir que a tristeza faça uma nova vítima

Em sumo, minha vida é uma odisseia não escrita

E hoje vejo por que ela será minha sina

Sei que, em algum momento, a minha inimiga

Estará logo na esquina.

Tantos foram os dias que abaixei a cabeça

Que me tornei submisso a tristeza

Não por opção, mas for falta dela

Quando a solidão me cercou, fui devorado por ela.

Às vezes eu escrevia vários rascunhos

Escrevia meus pensamentos mais profundos

Tão profundo que jamais chegaram a serem vistos

E a luz do sol nunca os iluminou, triste.

Enquanto aprecio a melodia de um piano,

Eu escrevo sobre o abandono

Escrevo sobre desconfiança, sobre coisas estranhas

Minha dama, minha família, minha imaginação de criança.

Escrevo sobre o amor, sobre o desespero

Sobre a dor, sobre o medo

Medo do desconhecido, da incerteza

Que não se vai da cabeça mesmo com um copo de cerveja.

Faço aqui um desabafo calado

Faço um texto triste, poético, abalado

Apaixonado? Quem me dera sentir tal sensação

Acredito que remediaria o meu coração.

Ao fim da melodia eu me despeço

Sem saber se haverei de retornar

Mas, em versos, jamais irei me ausentar.