Poema Rumo ao Infinito

Poema Rumo ao Infinito

Do teu âmago, bem sabes,

Desdizer a si e aos outros;

Como não ser o que és?

Como querer, com versos,

Ao mundo, frágil lança,

A enfrentar, desnudo?

Ou tolher ou renegar

Ao espúrio esquecer;

Isso não te faltará!

Mas a palavra persiste,

Assaz vilipendiada ,

Empobrecida e rouca,

Nunca descompromissada.

Persiste na tua arte,

E esmera e aí sofre,

Paira numa dimensão,

Tão só, incompreendida,

Mas densa na intenção.

Ângelo Ranieri.