Corações
Quando o coração cai
No abismo da paixão
O que se sobressai
É a mágica ilusão
Se por acaso a luxúria
Tomar o lugar da realidade
Uma sombra de penúria
Lhe mostrará a verdade
A miséria humana é tão banal
É apontada na vida alheia
Mas nunca no próprio desejo carnal
Pois da hipocrisia já está cheia
Sabores da carne acima de tudo
Os desejos saciados são coisas corriqueiras
A carne iludindo o coração confuso
Premia a devassidão de todas as maneiras
E o que digo sobre o amor?
Digo que é um sentimento desenganado
Já que a luxúria é o que hoje traz calor
E o amor ficará sempre acorrentado
O amor engaiolado recita
Um poema de tristeza e nostalgia
Mas o poema abafado incita
Que todos amem, amem com alegria