Sem chance

Da janela do ônibus os vejo
no abandono total, jogados ao léu
homens, mulheres e crianças
que nem folhas usadas de papel

Irmanados no vício da droga
cada um curtindo sua própria dor
já perderam a esperança
não sabem mais o que é amor

Parece história contada,
mas é verdade pura
dividem com ratos a migalha sobrada
cobertos por trapos vivem suas agruras

Subjugados pelo abandono
buscam nos olhos que passam, atenção
como verdadeiros cães sem dono
se esquivando do desprezo, vão.
Fernando Antonio Pereira
Enviado por Fernando Antonio Pereira em 18/09/2019
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