Palavras
Soam em mim as palavras
Nos gestos, nos cheiros
Nos gostos, nas cores
Os primeiros não imito
Nos segundos me inspiro
Sempre nos gostos que gosto
Mas para meu desgosto
Nem sempre os aprovo
Das cores que olho e vejo
Copio-as se acaso posso
Se não, apenas esboço
E quando não, nem as ouso
Das palavras, que ouço
Teço-as, como um tecido
Sejam rudes ou delicadas
Mas que façam sentido
E perfumem meu ouvido
Como se remédio fossem
Guardadas na cabeceira!
Usarei a quaisquer horas
Tal qual mezinha caseira
antonio noronha-17