Palavras

Soam em mim as palavras

Nos gestos, nos cheiros

Nos gostos, nas cores

Os primeiros não imito

Nos segundos me inspiro

Sempre nos gostos que gosto

Mas para meu desgosto

Nem sempre os aprovo

Das cores que olho e vejo

Copio-as se acaso posso

Se não, apenas esboço

E quando não, nem as ouso

Das palavras, que ouço

Teço-as, como um tecido

Sejam rudes ou delicadas

Mas que façam sentido

E perfumem meu ouvido

Como se remédio fossem

Guardadas na cabeceira!

Usarei a quaisquer horas

Tal qual mezinha caseira

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antonio noronha
Enviado por antonio noronha em 04/10/2019
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