esse outro lado
Bebo na fonte onde brota a nostalgia
Mãos em concha, sedento e cego
Desanimado, qual dia acinzentado
Em vez de luz, a nublosa claridade
E sorvo, um não sei que me sacia
Inebriante veneno, nos tragos da apatia
vem o tedio, depois o desassossego
angustia que me deixa aquinhoado
ampulheta de areias que ocorrem
em predições e imagens de passado
transvasam e não mudam o humor
Nesta epícrase de águas debruçado
E assim viciado, sorvo mais um trago
E novamente a morbida claridade
A entorpecer, meu irresoluto fado
Antonio Noronha 01/20