A porta

Durante a madrugada eu olhava aquela porta que nunca fechava...

Imaginava que dela sairia um universo, sim um lugar onde existia outra igualzinha a mim só que vivendo as outras coisas que eu não escolhi.

Eu saí de minha cidade quando era mocinha, corpo de menina e cabeça de moça, uma de mim ficou lá.

A pessoa que sou 'eu', embarcou para nunca mais retornar.

Dentro da escuridão da porta aberta na madrugada havia uma vida que eu não vivi, não havia tempo para experimentar as duas possibilidades e eu segui escolhendo.

A casa da porta que não fechava ficou no passado, mas ainda tenho medo das portas.

Na vida do agora, levanto inúmeras vezes para fechar a porta ... acho mesmo que o medo ainda persiste.

Um medo de ser sugada para as coisas que não escolhi.