Socorro

Seguimos nas quebradas, nos centros,

nas avenidas e praias

Somos sempre acompanhados

por olhares inquietos

Somos negros no Brasil

A violência nos persegue

Tentamos o abraço do conhecimento,

estamos nas universidades

Mas a ignorância usa de seus capatazes,

o racismo e o preconceito

Que sem compaixão roubam nossos sonhos,

nos castra, nos vitima e nos assassina

Vivemos assustados, encolhidos

Fugimos da polícia e do bandido

Sem respeito, nem tréguas

Precisamos de uma complexa engrenagem

Para fazer valer nossos direitos

Embora sem nenhum histórico de crimes

Somos vistos como suspeitos

Dia desses uma criança, o jovem,

o idoso, a mulher...

Em comum? Todos negros

Ontem o artista plástico, o amigo,

o filho, que também era o amor de alguém.

Até quando?