URGÊNCIAS

Urgente. O mundo parou. Fronteiras fechadas.
O inesperado aconteceu.  Governantes concordam, quase todos...
É preciso parar...
Vidas em xeque no planeta, nos hospitais...
Povo recolhido, contido, à espera...
Há um silêncio, uma calma...
Uma ordem...aparente paz...
Então, uns acham que o perigo passou...
“O vírus não vai me pegar”
Tem perna curta, como a mentira...
Sair às ruas, trabalhar, encher o caneco,
Nos botecos...
E o pão de cada dia?
“Estou preocupado...”
 O tio do churrasquinho, o catador de papel,
a diarista, o pipoqueiro, os da rua...
o cambista, o pirata, o aviãozinho,
a mula...
a prostituta...a verdade nua...a solidão...
...os informais...
Desassistidos, desabrigados, esquecidos
- De agora, de sempre -
Preocupação temporã
Tardia, hipocrisia...
Burocracia...
Dorme no parlamento, dorme no planalto
Dormem os planos de emergência.
O estomago não espera, a doença espreita
Atávicos sugadores conclamam:
Vidas não, lucro sim!
Tragédia grega, assombro de Kafka!
 Shakespeare de plantão...
Pandemias – o cenário...
No meio do medo – surgem!
A solidariedade
A Poesia, a escrita,
O verso, a rima,
A crônica, a letra
A Palavra!
A Arte!
As tintas, o sol, o céu...
O barro, a dança, a canção
A ode singular ecoa...
Vida!

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Abertura para Ciranda Poetrix URGÊNCIAS
Dirce Carneiro

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DIANA GONÇALVES
Enviado por DIANA GONÇALVES em 01/04/2020
Reeditado em 30/11/2020
Código do texto: T6903556
Classificação de conteúdo: seguro
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