PANDEMIA

PANDEMIA

Contágio em progressão exponencial

E o planeta a hibernar involuntário.

Mas, quando o solidário é solitário,

Fazer nada é fazer o essencial

-- Ainda que haja mortos no final.

Contagem de doentes em geral

E após fazer dos leitos o inventário:

O invisível parece imaginário,

Mas enche enfermarias no hospital.

-- Ainda que haja mortos no final.

Nas ruas, mais vazias que o normal,

Apenas mascarados sem salário

Vagam em meio ao caos comunitário,

Com risco de contágio, pois, viral.

-- Ainda que haja mortos no final.

E não há solução: Tudo é mortal.

A fome em casa e o vírus no cenário...

A morte se tornou algo ordinário;

Covas nos cemitérios, afinal,

-- Somos milhões de mortos no final.

Betim - 21 04 2020