Insensato silêncio

Onde fica guardada, em você, a parte que cala?

E onde mora a raiva, quando não declara?

Onde deita a quimera da sua ilusão?

E onde dorme o seu sonho que era paixão?

Onde esconde o silêncio da sua dor?

E onde disfarça esse pranto que vive o temor?

Onde dorme a criança daquela utopia?

E onde deitam as coisas que eram magia?

Onde fia a defesa desses seus segredos?

E como simula a tremura de todos os dedos?

Onde encobre a tristura desse dia a dia?

E onde guarda as mágoas de tanta agonia?

Como aguenta o silêncio da sua fachada?

E como disfarça as cores da face inchada?

Quando perdeu no caminho o que acreditava?

E quando encheu seu destino do que não faltava?

De onde vem essa angústia que esconde o tornar-se?

E onde estão as palavras para libertar-se?

Quando, em vão, jogou fora o que era você?

E onde enterrou, nesse luto, seu lídimo SER?

@fabioalvinopsi

Fábio Alvino
Enviado por Fábio Alvino em 30/06/2020
Código do texto: T6991928
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