TEMPO É DINHEIRO ( É ASSIM INFELIZMENTE)

Caminhar lento...

Lembranças...

Só as lembranças lhe acompanham.

Vive sozinho naquela casa.

Não pensava que fosse assim a sua velhice...

Esquecido. Depois de tanto ter dado frutos

Depois... Ah, solidão!

Não era para ser assim...

A sua juventude foi de força,

De alegria,

Todos lhe paparicavam!

Parecia que sempre seria assim...

Alegria sem fim!

Fez de sua vida tudo! Colocou força em seu trabalho! Foi agraciado, recebeu muitos prêmios! Tudo vive registrado em suas lembranças.

Um tempo tão distante!...

Parece que foi uma outra vida que ele viveu

Porque hoje aquele glamour não mais existe!

Hoje vive solitário naquela casa...

A pensar, debruçado na janela,

Olhando para o céu.

Ele era como uma daquelas estrelas que brilham! Era.

Época de ouro!

Não pensava que fosse assim sua velhice.

Jamais!

Ficou doente. Não pôde mais dar continuidade ao seu trabalho.

Era alegre quando trabalhava,

Mas na verdade ele foi usado!

Aproveitaram-se de sua juventude

E quando suas forças se acabaram

Foi deixado de lado

Tal qual um animal cansado

Que já não tem mais forças de levar a carroça...

Cansou de ser chicoteado!

A alegria verdadeira não é esta!

Não são sorrisos interesseiros,

Não é cortejar visando o bem material.

A alegria verdadeira não se compara!

Não nos abandona no fim da vida!

Quem tem memória curta

Não conhece o amor!

Quem esquece dos seus entes queridos...

Quem esquece daquele artista...

Daquelas pessoas amigas

Que tanto contribuíram

Para o engrandecimento de nossa sociedade,

Quem esquece...

Quem não valoriza o trabalho do outro,

Não conhece o amor!

A solidão não merece ser a companhia de quem na vida trouxe tanta alegria!

Não é este o mundo que eu quero.

O amor não é isto!

Este poema dedico aos artistas,

Aos grandes astros!

Cantores, atores, escritores...

Que o mundo despreza a sua arte

E só valoriza aquilo que é comercial

Porque arte só valoriza quem tem coração!

E quem só quer saber de ganhar dinheiro

Despreza a verdadeira arte

E só dá atenção para aquilo que é descartável,

Para o modismo.

Porque tempo é dinheiro

E aquele artista já cansado,

Que já trabalhou muito...

O tempo dele infelizmente já era!

" Vamos valorizar o novo e desprezar o velho

Para ganhar mais dinheiro!"

É assim infelizmente!...

Triste...

Muito triste!...

( Autor: Poeta Alexsandre Soares de Lima)

Poeta Alexsandre Soares
Enviado por Poeta Alexsandre Soares em 26/09/2020
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