Da impermanência

Já não sei mais se quero

Aquilo que não tenho

Ou se quero muito mais

Ser aquele que nada tem,

Pois, bem melhor do que ter

É ser alguém.

Nesse chove-não-chove,

Ora sou amado, depois não sou,

Então não amo, e de repente amo também

As nuvens vem e vão, tudo se move.

Mutações, transmigrações,

Destinos são origens, chegadas são partidas.

Impermanência é o ser não sendo,

É o não ser, sendo.

O universo é a aparência do avesso,

O que não tem preço é justamente o que vale mais,

O que ainda virá é outra figura do que ficou para trás,

Tudo o que já foi ainda será chamado recomeço.

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Tua alma é de onde vens,

Tua mente é aonde vais

Teu choro novamente ecoou,

O tempo à razão caminha,

Agora a morte se avizinha,

E o que fizeste é o que restou.