Da impermanência
Já não sei mais se quero
Aquilo que não tenho
Ou se quero muito mais
Ser aquele que nada tem,
Pois, bem melhor do que ter
É ser alguém.
Nesse chove-não-chove,
Ora sou amado, depois não sou,
Então não amo, e de repente amo também
As nuvens vem e vão, tudo se move.
Mutações, transmigrações,
Destinos são origens, chegadas são partidas.
Impermanência é o ser não sendo,
É o não ser, sendo.
O universo é a aparência do avesso,
O que não tem preço é justamente o que vale mais,
O que ainda virá é outra figura do que ficou para trás,
Tudo o que já foi ainda será chamado recomeço.
---------------------------xxx---------------------------
Tua alma é de onde vens,
Tua mente é aonde vais
Teu choro novamente ecoou,
O tempo à razão caminha,
Agora a morte se avizinha,
E o que fizeste é o que restou.