Um contrário ser

Meus cantos são teus

Os versos são meus

os sentimentos também

que faço uns versos bem

Que faço o ano inteiro

vou de janeiro a janeiro

e nunca digo o que sei

de como passei a vida

só digo aqui mais ninguém

poeta um ser estranho

Esquisito, meu bem

que a uns ganha

outros se desencantam

Onde uns vão, eles não

A solidão é matéria prima

Prima-irmã da poesia, primazia

Faço prosa e verso contexto

Porque faço protesto atesto

Se ninguém vai vou mesmo assim

Se muitos voltam eu ainda não

Assim troco o objeto concreto

Pela razão do coração aberto

Troco o concreto pelo abstrato

Fico à beira da loucura, ideal

tão essencial , tão anormal

Pensamento igual, desigual

Tem hora que extrapola

Outro o poeta exagera

Em um momento defende

Outro ofende e mata

De tanta palavrAção

Que grito na emoção

Meu verso, sim senhor

Fala com muito ardor

Dos sentimentos indecisos

De outros um tanto precisos

Para sustentar a atenção

Do leitor até o fim

Não basta só verso saber

Mas tocar o coração

Daquele que seus versos ler

Tem que ser interessante

Falar de algo degradante

Mas com muita razão de ser

Queria ter a maestria

Escrever com desapego

Criar um verso maneiro

Que tenha categoria...

Fátima Sá Sarmento
Enviado por Fátima Sá Sarmento em 26/03/2021
Código do texto: T7216440
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