Natal de Sombras
Os sinos ecoam, mas trazem silêncio,
Um vazio pesado, latente no ar.
As ruas se vestem de falso alento,
Enquanto a alma insiste em chorar.
E as sombras que ficaram o ano todo,
Foram rompidas pelas luzes de Natal
Espalhadas pela cidade.
E assim que o Natal passar,
O mundo continuará mergulhado
Na morte, dor, sofrimento,
Preconceito e hipocrisia.
Entre risos forçados e mesas fartas,
Há quem olhe o céu e não veja esperança.
Na ceia do luxo, sobram migalhas,
Para quem já perdeu até a lembrança.
O pinheiro despido será abandonado,
As promessas esquecidas na virada do ano.
E os homens, tão cheios de palavras vazias,
Voltarão ao ciclo de seus próprios enganos.
E assim que o Natal passar,
O mundo continuará mergulhado
Na morte, dor, sofrimento,
Preconceito e hipocrisia.
Oh, Natal, que nasces para morrer tão breve,
De que serve tua luz se não for pra durar?
Talvez o que falta não seja o milagre,
Mas um coração disposto a amar.