Contrários
É no meio da cidade, onde as luzes das estrelas são ofuscadas pela eletricidade,
que repasso a nossa história, observando cada particularidade.
Eu encontro muita dualidade, buscando o motivo de não conseguir gostar de você,
tentando entender como sua existência, daí, consegue, na minha casa, me aborrecer.
Mas não é como se eu pudesse fugir de tudo que me deixa desconfortável.
Se eu pudesse, não veria mais teu rosto.
Fecharia os meus olhos perante a tua presença,
me faria ignorante e, cegamente, acreditaria na tua não existência.
Porém, não adianta tampar com panos os espelhos.
Uma hora ou outra, eu devo sair e encarar os meus medos,
enfrentando meus demônios, mesmo sem conhecê-los.
Foi depois de muito pensar que eu finalmente entendi:
somos tão parecidos em nossas diferenças,
buscamos tanto nos contrariar, porque não conseguimos aceitar
que eu sou sinônimo de você, e você é sinônimo de mim.
Você só me odeia porque não consegue se amar.
E eu só te detesto porque também não consigo me suportar.