Um grito Carioca
Um dia cantei e almejei,
Como um grito de paz na comunidade.
Queria ser feliz, seguir tranquilo,
Sentir orgulho, de verdade,
Do lugar onde nasci.
Hoje, volto a cantar,
Com mais propriedade:
todos vivem em desigualdade.
A paz, antes em brados, gritava,
Sonhava em se comemorar
Essa tão esperada vitória,
Que hoje parece nunca chegar.
Vivemos em tumultos,
Num grande caos sem piedade.
Livre um dia fui,
Mas já não tenho liberdade.
A cidade antes bela,
Hoje sufoca em ruínas,
Onde o medo mora em cada esquina.
Os sonhos sangram pelas calçadas,
E viver já não é conquista,
É apenas sobreviver.
Já não vejo a paz,
É um sonho, um grito em sussurros,
Uma guerra sem dono, sem fim.
Somos reféns do medo,
Prisioneiros do caos,
Em uma nação sem governo,
Sem lei, sem justiça.
O vazio das ruas ecoa a nossa insatisfação,
Pois onde não há ordem,
O futuro se perde na escuridão.